Formada em Licenciatura em Química pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC).Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências, Matemática e Tecnologias na Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC).
- Como foi sua trajetória acadêmica até o Mestrado?
No Ensino Médio me interessei pela Química e, por isso, fiz o curso técnico na área no mesmo período. Fiz estágio como técnica mas percebi que sentia falta de um conhecimento mais teórico da Química e que não me sentia muito desafiada na área em que estagiava, no controle de qualidade de uma empresa de tintas.
Assim, decidi cursar a licenciatura, pois vi que me fascinava pela grade curricular do curso e que gostava da ideia de lecionar. Desde pequena brincava de ser professora e pensar em trabalhar ensinando minha maior paixão me fazia sentir muito feliz e emocionada, principalmente no início do curso quando tudo era novidade. Durante a graduação participei de projetos desde o primeiro semestre quando surgiu a oportunidade, trabalhando primeiramente com Iniciação Científica (Físico-Química), depois Ensino (Pibid Química e Monitorias de Psicologia da Educação e Ciência, Tecnologia & Sociedade) e Extensão (Jornal Momento Químico).
No fim da graduação optei por prestar o processo seletivo para o mestrado na área de Ensino aqui da UDESC, no Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências, Matemática e Tecnologias, pois gosto de trabalhar com o lado educacional da Química (e agora “Ciências”), explorar as múltiplas possibilidades de ferramentas de ensino, assuntos, contextualizações! Adoro essa parte educacional de relacionar a Química com as diversas áreas do conhecimento, com o mundo atual e passado. Fiquei muito feliz por ter sido aprovada no processo seletivo e agora estou no meu segundo semestre. Os desafios são um pouco diferentes dos da graduação, mas estou adorando! Os professores da UDESC são incríveis.
- Qual sua área de pesquisa? Como sua graduação te influenciou na escolha da área de pesquisa do mestrado?
De maneira sucinta,meu projeto de mestrado envolve a utilização da história de vida da cientista Marie Curie para desenvolver ações educacionais dentro do ensino de ciências (relacionadas à Química, Física e Biologia). A história dela é muito rica, não apenas pelo que sabemos sobre ela ter ganhado dois Prêmios Nobeis, mas por tudo que ela passou para conquistar seu espaço como cientista, para desenvolver sua pesquisa, os desafios por ser imigrante, mulher, de família simples. Nesse sentido, podem ser trabalhadas diversas questões sobre a História e também Natureza da Ciências ao ser discutido o fenômeno da radioatividade com alunos do Ensino Médio, por exemplo. Quanto à graduação, ela me influenciou no sentido de mostrar possibilidades em desenvolver ações educacionais contemplando a História da Ciência, pois a questão de trabalhar com a história da Marie Curie foi devido a um interesse pessoal. Ela é uma das pessoas que mais admiro.
- Quais conselhos você pode dar às pessoas que pretendem ingressar no programa?
Independente do programa de pós-graduação, definitivamente meu conselho é: se possível trabalhe com algo que você goste, com um tema que tenha interesse, pois senão a jornada será menos prazerosa. Se trabalhar com algo que gostamos já tem seus desafios próprios, agora imagina fazer algo que achamos um saco todos os dias?
- Durante sua carreira você teve algum contato com o tema da presente edição?
Sim. Ao ler o livro “O Pianista” de Władysław Szpilman sobre como ele sobreviveu à Segunda Guerra Mundial percebi que existiam diversas situações que poderiam ser exploradas em aulas de Química e as indiquei detalhadamente no meu site Química em Prática na postagem “O Pianista e a 2ª Guerra Mundial no ensino de Química” (https://quimicaempratica.com/2016/05/14/o-pianista-segunda-guerra-mundial-ensino-de-quimica/). No mesmo período, eu e minhas colegas Nadine Inácio, Anne Meirinho e Ângela Andrade usamos uma dessas situações de relato de Władysław Szpilman como contextualização para trabalhar com estudantes do Ensino Médio a temática incêndio e, posteriormente, no II Colóquio Luso-Brasileiro de Educação apresentamos o resumo “Utilização de história em quadrinho (HQ) como recurso didático para a temática “Incêndio” em uma aula de Química para o Ensino Médio” (http://www.revistas.udesc.br/index.php/colbeduca/article/view/8383/6141). Para este evento, também preparamos um resumo intitulado “A 2ª Guerra Mundial a partir do relato de Władysław Szpilman no livro ‘O Pianista’: possibilidades interdisciplinares” (http://www.revistas.udesc.br/index.php/colbeduca/article/view/8397/0), sobre as possibilidades de utilizar o livro em ações envolvendo História, Química, Biologia e Física. Recomendo a todos a leitura desse livro e também que assistam ao filme homônimo lançado em 2002. É uma história real muito sensibilizante.